quinta-feira, 25 de junho de 2009

Períodos da hemocitopoese intra-uterina

A hemocitopoese intra-uterina é compreendida por 3 períodos, são eles: 1º período primordial ou pé-hepático, 2º período hepato-esplênico-tímico e 3º período medular-linfóide ou definitivo. Quando um período se inicia, os processos que predominavam no período anterior ainda persistem por algum tempo, embora adquirindo menor importância.

Todos os glóbulos sanguíneos são de origem mesenquimatosa. Em órgãos de origem embrionária dupla, como o fígado e o timo (endoderma e mesoderma), as células originadas do mesoderma são as responsáveis pela hemocitopoese.

  • 1º período primordial ou pré-hepático:
As primeiras células sanguíneas parecem no mesoderma do saco vitelino, durante a terceira semana de vida intra-uterina. Aí surgem as ilhotas de Wolf, que são aglomerados alongados de células mesenquimatosas. As células mais superficiais de cada ilhota dão origem ao endotélio dos primeiros vasos, enquanto as mais internas tornam-se esféricas e se diferenciam em hemocitoblastos.









Pela união do endotélio de ilhotas contíguas, formam-se vasos sanguíneos que se comunicam com o corpo do embriã, permitindo a distribuição e utilização pelo embrião, das células sanguíneas formadas no saco vitelino.

Os hemocitolblastos do saco vitelino dividem-se no interior ddos vasos sanguíneos e formam eritroblastos primitivos (eritropoese megaloblástica) , que são maiores do que os eritroblastos definitivos. A maioria dos eritroblastos formados no saco vitelino não chega a perder seus núcleos, de modo que a célula vermelha predominante nesse período é nucleada. Somente no fim do período primordial aparecem algumas hemácias (anucleadas),pela eliminação do núcleo dos eritroblastos.A série vermelha primitiva é constituida por células mais volumosas do que as da ertitropoese definitiva, sendo cahamada de eritropoese megaloblástica.

Durante o período primordial, o sangue possui apenas os elementos já mencionados. Não contém leucócitos nem plaquetas.

  • 2º período hepato-esplênico-tímico:
Este período começa no segundo mês, com a hemocitopoese no fígado e no baço. Em seguida, o timo começa também a produzir linfócitos. No mesênquima que invade o esboço endodérmico do fígado, aparecem células precursoras dos granulócitos, megacariócitos e eritroblastos definitivos. Destes, muitos passam para o sangue sem perder os núcleos. Durante este período predomina a síntese de hemoglobina fetal (HbF). EMbora a hemocitopoese hepática comece a declinar no quinto mês, ainda persiste até algumas semanas após o nascimento. No adulto o fígadonão é um órgão hemocitopoético.

O baço produz principalmente células da série vermelha e, em menor quantidade, granulócitos e plaquetas. A produção de linfócitos no baço torna-se importante próximo ao nascimento.

  • 3º período medular-linfóide ou definitivo:
A clavícula é o primeiro osso a mostrar atividade hemocitopoética. Sua medula óssea começa a funcionar entre o segundo e o terceiro mês. Logo entra em funcionamento a medula de outros ossos, e no quarto mês a hemocitopoese medular é bastante significativa.

A medula óssea mostra grande atividade eritrocítica, granulocítica e megacariocítica. Forma também linfócitos e monócitos.









segunda-feira, 22 de junho de 2009

E... Da onde vem os glóbulos sanguíneos???


Todos os glóbulos sanguíneos derivam de um tipo único de célula precursora, a stem cell totipotente, ou CFU

Antes de atingirem o estado de maturação completa, os glóbulos sanguíneos passam por diversas etapas de diferenciação. Uma vez que o processo de maturação é contínuo, os estágios descritos têm apenas interesse didático, sendo freqüentes células com características intermediárias entre dois estágios.
Todos os glóbulos sanguíneos derivam de um precursor único que tem recebido diversas designações, sendo neste livro denominado hemocitoblasto ou stem cell totipotente. Sob a influência de fatores do meio que atuam nas microrregiões onde estão localizados, os hemocitoblastos vão se dividindo por mitose e dando origem a células que se dividem muitas vezes e cujo potencial é cada vez mais restrito, até se chegar a um precursor único para cada tipo de glóbulo. Por exemplo, os mieloblastos podem originar qualquer granulócito, mas existe um tipo de promielócito para cada um dos granulócitos.
Dos hemocitoblastos que se dividem, somente alguns entram em diferenciação, enquanto outros permanecem indiferenciados, mantendo assim a fonte de glóbulos sanguíneos.
A multiplicação mitótica das células derivadas do hemocitoblasto, situadas nos estágios intermediários de maturação, é quase suficiente para manter a quantidade normal de glóbulos sanguíneos. Por isso, o número de hemocitoblastos na medula óssea é muito pequeno e suas mitoses são raras.
As stem cells totipotentes, ou hemocitoblastos, foram caracterizadas funcionalmente em animais experimentais (camundongos) graças à sua propriedade de repovoar a medula óssea após destruição celular extensa, e pela capacidade de se multiplicar e se diferenciar em meios de cultura semi-sólidos. Quando camundongos irradiados com doses letais recebem transplantes de medula óssea de doadores singênicos (geneticamente semelhantes) normais aparecem colônias na medula óssea e no baço, originados de uma única stem cell totipotente e contendo todos os tipos de células sanguíneas maduras. Por esta razão, a célula hemopoética totipotente é também chamada de unidade formadora de colônia ou CFU (Colony Forming Unit). A morfologia desta célula é pouco conhecida, mas ela parece um linfócito grande, com cromatina frouxa.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A hemocitopoese ocorre na medula óssea vermelha.


As células do sangue geralmente não se multiplicam na corrente sanguínea e, têm duração relativamente curta, são continuamente substituídas por células novas originadas da medula óssea vermelha, que é constituída por tecido mielóide. Os eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaquetas são produzidas exclusivamente na medula óssea.
A medula óssea é encontrada no canal medular dos ossos longos e nas cavidades dos ossos esponjosos. Distinguem-se a medula óssea vermelha, hematógena, que deve sua cor à presença de numerosos eritrócitos em diversos estágios de maturação, e a medula óssea amarela, rica em células adiposas e não produz células sanguíneas.

A medula óssea vermelha, como todo tecido hemocitopoético, é constituída por células reticulares, associadas a fibras reticulares. Entre as células reticulares existe um número variável de macrófagos, células adiposas, células indiferenciadas e células precursoras dos eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaquetas.

A medula apresenta microregiões onde predomina um tipo de glóbulo sanguíneo, em diversas fases de maturação. Estas microregiões se formam devido a estímulos diferentes recebidos pelas células indiferenciadas, através de substâncias produzidas localmente pelas células reticulares, macrófagos e, talvez, outras células. As substâncias referidas atuam sobre as células indiferenciadas estimulando-as a entrarem em mitose e seguirem um determinado caminho de diferenciação, para produzir apenas um tipo de glóbulo sanguíneo (granulócitos, monócitos e plaquetas). Para a formação das hemácias há necessidade de um fator hormonal produzido nos rins, a eritropoetina.

Quando atingem a maturação, as células sanguíneas atravessam a parde dos sinusóides e caem no seu interior, sendo levadas pelo sangue circulante. As células sanguíneas atravessam a parede sinusóidess e caem no seu interior, sendo levadas pelo sangue circulante. As células endoteliais destes capilares sinusóides são fenestradas e se apóiam em lâmina basal muito fina descontínua, o que facilita a passagem das células para a luz dos sinusióides.

As funções principais do tecido mielóide são a produção de glóbulos sanguíneos, o armazenamento do ferro e a produção de células indiferenciadas que, levadas pelo sangue, vão se estabelecer nos órgãos dos linfonóides. Estas células são precursoras dos linfócitos T e B e, por mitoses sucessivas, vão originar os linfócitos do sangue e da linfa.